Andrés Torres Segovia nasceu no dia 21 de fevereiro de 1893. Foi um violonista erudito espanhol, nascido em Linares, Espanha, e é considerado o pai do violão erudito moderno pela maioria dos estudantes de música. Segóvia dizia que ele “resgatou o violão das mãos dos ciganos flamencos”, e construiu um repertório clássico para dar lugar ao instrumento em salas de concerto.
A introdução de Segóvia ao violão foi aos quatro anos de idade. Seu tio teria frequentemente entoado canções para ele enquanto ele tocava um violão imaginário. Isso incitou Segóvia a fazer sua jornada para elevar o violão para o status do piano e do violino. Em particular, ele queria que o violão fosse tocado e estudado em todos os países e universidades do mundo, e passar seu amor pelo violão para as gerações futuras.
A primeira apresentação de Segóvia foi na Espanha, quando tinha 16 anos. Poucos anos depois, ele fez seu primeiro concerto profissional em Madrid, tocando transcrições de Francisco Tárrega e algumas obras de Bach, que ele próprio transcreveu e arranjou. Embora não fosse aprovado pela sua família, ele continuou a perseguir seus estudos de violão. Sua técnica se diferencia das técnicas de Tárrega e seus sucessores, como Emilio Pujol. Como Miguel Llobet (que pode ter sido seu professor por um curto período), Segóvia atacava as cordas com uma combinação da unha com a carne da ponta dos dedos, produzindo um som mais preciso do que os seus contemporâneos. Com sua técnica, foi possível criar uma paleta maior de timbres em comparação com o uso da carne ou das unhas sozinhas.
Muitos músicos proeminentes acreditaram que o violão de Segóvia não seria aceitado pela comunidade de música erudita, porque nas suas mentes, o violão não poderia ser usado para música erudita. Apesar disso, a excelente técnica de Segóvia e seu toque único atordooaram suas platéias. Conseqüentemente, o violão não foi mais visto estritamente como um instrumento popular, mas um instrumento que também era apto a tocar música erudita.
Como Segóvia progredia na sua carreira e tocava para audiências cada vez maiores, ele constatou que os violões existentes não eram suficientes para tocar em grandes salas de concerto porque não conseguiam produzir volume suficiente. Isso estimulou Segóvia para procurar inovações tecnológicas que poderiam melhorar a amplificação natural do violão. Trabalhando junto com o luthier Hermann Hauser, ele ajudou na construção do que é hoje conhecido como violão erudito, de melhores madeiras e cordas de nylon. O formato do violão também foi mudado para melhorar a acústica. O novo violão podia produzir notas com maior volume do que os modelos anteriores usados na Espanha e outras partes do mundo produziam, embora fosse ainda baseado no modelo básico desenvolvido por Antonio Torres quase 50 anos antes de Segóvia nascer.Depois da viagem de Segóvia pelos Estados Unidos em 1928, Heitor Villa-Lobos compôs os 12 Estudos e dedicou ao maestro. Segóvia também transcreveu muitas peças eruditas e reviveu obras transcritas por homens como Tárrega. Muitos violonistas nas Américas, entretanto, já tinham tocado as mesmas obras antes de Segóvia chegar.
Em 1935, fez a premiere da Chacona de J. S. Bach, uma peça difícil para qualquer instrumento. Mudou-se para Montevideo fazendo muitos concertos na América do Sul na década de 30 e 40. Depois da guerra, Segóvia começou a gravar mais frequentemente e fazer tours regulares pela Europa e EUA, uma agenda que ele manteria pelos próximos 30 anos de sua vida.
Segóvia ganhou o prêmio Grammy pela Melhor Performance Erudita – Instrumentista em 1958, pela sua gravação Segóvia Golden Jubilee.
Em reconhecimento à sua enorme contribuição cultural, ele foi elevado para a nobreza espanhola em 1981, com o título de Marquês de Salobreña.
Andres Segóvia continuou fazendo apresentações já idoso e viveu uma semi-aposentadoria durante os anos 70 e 80 na Costa del Sol. Dois filmes foram feitos sobre sua vida e obra, um quando tinha 75 anos e outro 9 anos depois. Eles estão disopníveis em um DVD chamado Andres Segovia – in Portrait.
Segóvia teve muitos alunos durante sua carreira, incluindo alguns violonistas famosos como John Williams, Eliot Fisk, Oscar Ghiglia, Charlie Byrd, Christopher Parkening, Michael Lorimer, Michael Chapdelaine, Virginia Luque e Alirio Diaz. Muitos outros violonistas, como Lily Afshar, também foram influenciados por suas históricas master-classes. Esses alunos, entre muitos outros, carregam a tradição de Segóvia de expandir a presença, repertório e reconhecimento do violão.
Morreu em Madrid, vítima de ataque cardíaco, na idade de 94 anos, tendo completado sua ambição de elevar o violão de um instrumento de dança cigana para um instrumento de concerto.
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