Mesa Redonda do Seminário Vital Medeiros

O último post sobre o Seminário Vital Medeiros não poderia existir se não falasse sobre essa manhã que tivemos a mesa redonda.

Pra mim, a mesa redonda realizada na terça-feira foi uma das melhores atividades que o seminário ofereceu. Pudemos conhecer as opiniões de alguns dos grandes violonistas da América do Sul (Gilson Antunes, José Antonio Escobar, Daniel Morgade, Marcos Puña e Pablo Marfil) sobre vários temas. Cada um fez uma breve explicação de como é a situação do violão erudito em seu país, citando universidades, conservatórios e compositores. Logo após a sessão foi aberta para perguntas do público.

Um dos temas que mais me chamou a atenção foi a presença do violão erudito no mundo da música em geral. O violão não é um instrumento historicamente ligado à música erudita, situação que foi bastante modificada no século XX com a presença e clareza de objetivos de Andres Segóvia. O instrumento não faz parte de um naipe orquestral, e na maioria das vezes o trabalho de música de câmara envolvendo violões só é feito com duo de violões, trio de violões, e assim por diante. Mas é um instrumento capaz de participar bem de conjuntos de música de câmara, e pode executar transcrições de peças para outros instrumentos de uma forma bastante coerente e válida. O que acontece é que grandes compositores como Mozart e Beethoven, entre tantos outros, não compuseram para violão. Da mesa redonda, os alunos puderam ter uma visão interessante com o depoimento de Daniel Morgade, que incentivou a participação do violão na música de câmara, acompanhando o canto, flauta, violino, entre outros. A partir disso, os músicos e organizadores de eventos vão perceber a importância do instrumento, fazendo com que os seminários e festivais de música tenham aulas e masterclasses de violão. E a situação se tornaria uma bola de neve, puxando músicos a comporem para o instrumento e aumentando o status e a importância do nosso instrumento cada vez mais.

A difusão do violão nos meios de comunicação também foi um tema interessante debatido. Cada violonista comentou dos programas de televisão e rádio que visam especialmente o violão em seu país. É por aí que todos os violonsitas devem seguir o caminho, divulgando o violão em todos os lugares e independente do meio pelo qual essa difusão é feita. Seja por rádio ou TV, fóruns, blogs e mesmo boca-a-boca, é uma tarefa que todo músico que preze o instrumento deve possuir.


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2 respostas para “Mesa Redonda do Seminário Vital Medeiros”

  1. […] de Música de Ourinhos e do Concurso Nacional de Violão Musicais. É o autor dos projetos dos Seminários Vital Medeiros e do programa Violão com Fábio Zanon (edição sobre o violão brasileiro). É articulista da […]

  2. […] de Música de Ourinhos e do Concurso Nacional de Violão Musicais. É o autor dos projetos dos Seminários Vital Medeiros e do programa Violão com Fábio Zanon (edição sobre o violão brasileiro). É articulista da […]

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