PROGRAMA
Fernando Sor (1778-1839): Seguidillas
Cesa de atormentarme
De amor en las prisiones
Si dices que mis ojos
El que quisiera amado
Las mujeres y cuerdas
Joaquín Rodrigo (1901-1999): Folias canarias
Tres canciones españolas
En Jerez de la Frontera
Adela
De ronda
Federico García Lorca (1898-1936): Canciones Españolas Antiguas
Anda, jaleo
Las morillas de Jaen
Los reyes de la baraja
Nana de Sevilla
La Tarara
Zorongo
Manuel de Falla (1876-1946): Siete Canciones Españolas
El paño moruño
Seguidilla murciana
Asturiana
Jota
Nana
Canción
Polo
SOBRE O PROGRAMA
O recital é dividido em duas partes, que têm como foco a canção com o violão como acompanhador. Com obras de Fernando Sor, Joaquín Rodrigo, Federico Garcia Lorca e Manuel de Falla, é exposta a relação entre a música espanhola, o nacionalismo musical do início do século XX e o violão.
PRIMEIRA PARTE – ESPANHA E O VIOLÃO
Fernando Sor (1778-1839) e Joaquín Rodrigo (1901-1999) foram dois dos mais importantes compositores de música para violão, seja solo ou em diversas formações. Nascido em Barcelona, Sor foi um dos músicos que presenciou a chamada “Época de Ouro” do violão, na qual o instrumento viveu um momento de grande popularidade. Seu conhecimento de harmonia e do idiomatismo instrumental propiciaram a escrita de numerosas composições, que se tornaram referência para a escrita violonística. No programa do recital, são apresentadas cinco Seguidillas, pequenos poemas geralmente de sete linhas, cujos temas são em sua maioria amorosos, mas que também podem ser tristes ou humorísticos.
O violão na Espanha possui uma relação muito estreita com o flamenco, o que fez com que muitas vezes, principalmente desde meados do século XIX às primeiras décadas do século XX, fosse visto como um instrumento menor e consequentemente marginalizado dos círculos de música de concerto. Foi principalmente através das carreiras de Andrés Segovia (1893-1987), Miguel Llobet (1878-1938), Emilio Pujol (1886-1980) e de Julian Bream (1933-), entre outros, que o violão progressivamente voltou a fazer parte, ainda que de forma tímida, da cultura clássica. A presença do famoso Concerto de Aranjuez, de Joaquín Rodrigo, nos programas de inúmeras orquestras ao redor do mundo reflete a posição do violão no panorama atual. Do mesmo compositor, no programa aqui apresentado pelo duo estão Folias Canárias e Tres canciones españolas – En Jerez de la Frontera, Adela e De ronda.
SEGUNDA PARTE – NACIONALISMO ESPANHOL
No início do século XX, Béla Bartók (1881-1945) foi um dos pioneiros do nacionalismo musical europeu, influenciando outros músicos, através de seu trabalho de coleta de melodias folclóricas, a incorporarem o folclore musical local às suas composições. Federico Garcia Lorca (1898-1936) e Manuel de Falla (1876-1946) foram dois dos expoentes dessa vertente na Espanha, compondo canções com origens nos cantos e danças populares. Garcia Lorca é internacionalmente reconhecido como poeta e dramaturgo, porém também foi pintor e músico. Em suas Canciones Españolas Antiguas, harmonizações de canções folclóricas, Garcia Lorca retrata o cotidiano da Andaluzia.
Falla e Garcia Lorca foram amigos, tendo ajudado a organizar em 1922 o histórico Concurso de Cante Jondo, em Granada, que promoveu a música tradicional espanhola. No programa do recital, são apresentadas de Falla as Siete Canciones Populares Españolas, escritas em 1914 originalmente para voz e piano, com arranjo de Miguel Llobet (1878 -1938) para voz e violão. Seguindo as ideias de Felipe Pedrell (1841-1922), um dos principais nacionalistas espanhóis, Falla verdadeiramente incorporou o folclore à sua música, não se limitando à coleta e harmonização de canções.
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