Desde outubro desse ano eu tenho traduzido alguns artigos sobre como estudar música de uma forma mais eficaz. Todos foram escritos por Noa Kageyama, autor do site The Bulletproof Musician. Em cada um dos textos, o autor descreve estratégias e ferramentas para ajudar os músicos a estudar melhor, fazendo relações com pesquisas realizadas principalmente na área dos esportes. A linguagem é muito acessível e a objetividade no tratamento dos temas fez com que eu quisesse ler um atrás do outro.
Conhecer esses artigos foi muito bom para mim, que pude confirmar algumas hipóteses sobre o jeito que estudo e ensino, conhecer novas abordagens e refletir bastante sobre o que é estudar música e como estudar música. Escrever que recomendo a leitura é pouco, considero esses artigos essenciais para qualquer um que queira aprender a tocar bem um instrumento musical e obrigatórios para os que desejam se profissionalizar na área.
Os artigos renderam muitos comentários aqui no site e na minha página do Facebook. Isso confirmou a relevância que eles têm na prática musical e me manteve motivado para continuar traduzindo e disponibilizando esse material por aqui.
Cada artigo é como uma ferramenta que ajuda na construção do conhecimento sobre como estudar música. Tenho utilizado essas ferramentas no meu estudo, às vezes uma, às vezes outra, promovendo a alternância e complementariedade entre elas para que eu perceba com quais eu quero continuar trabalhando.
Como estudar música
Aqui estão os links para os oito artigos traduzidos, com um breve resumo:
#1: 8 coisas que os melhores estudantes fazem de forma diferente
Algum tempo e repetição são necessários para desenvolver e afiar nossas habilidades, é claro. Mas nós também sabemos em algum nível intuitivo que para maximizar os ganhos, nós deveríamos praticar de forma “mais inteligente, não mais árdua”. Mas o que cargas d’água isso realmente significa? O que exatamente os melhores estudantes fazem de forma diferente?
#2: Por que o estudo parece desaparecer da noite para o dia?
Você alguma vez já se sentiu frustrado pelo fato de pegar para estudar um trecho de uma música difícil, trabalhar nele um pouco, deixá-lo soando bem, mas retornar para a sala de estudos no dia seguinte e descobrir que você está de volta na estaca zero? Que nada realmente mudou? E que não importa quão bem ele tenha ficado ontem, agora ele está tão ruim quanto antes de você o ter estudado?
A maioria de nós pode viver com “dois passos para frente, um para trás”. É o “dois passos para frente e dois passos para trás” que faz com que a gente queira arrancar os cabelos.
Então, o que devemos fazer?
Devemos manter essa prática e aprender como ser mais pacientes? Ou existe uma forma diferente de praticar que pode tornar as melhorias mais permanentes?
#3: Quantas horas por dia você deve estudar?
2 horas? 4 horas? 8 horas? 12 horas?
Quanto é o suficiente?
“Estudar demais” é possível?
Existe um número ótimo de horas que se deve praticar?
#4: A reflexão deve ser uma parte regular da rotina de estudos?
Mas é importante notar que nem todo descanso é feito da mesma forma. Existe uma atividade em particular que nós podemos nos engajar durante nossos períodos de descanso que aparentemente nos ajuda a aprender mais efetivamente – e pode até fazer nossa próxima sessão de estudo mais produtiva.
#5: Duas coisas que especialistas fazem de forma diferente quando praticam
O que as pessoas em boa forma fazem que eu não faço? Como seus exercícios são diferentes? Existem coisas importantes que eles fazem enquanto se exercitam que dão maior retorno do que as coisas que eu faço? Em outras palavras, eles estão extraindo do tempo deles na academia resultados desproporcionalmente maiores do que os meus?
O mesmo pode ser dito em relação à sala de estudos. O que os melhores músicos fazem na sala de estudos? O que os estudantes menos efetivos fazem? Existem diferenças?
#6: A prática lenta é realmente necessária?
Assim como todo mundo que já teve aula de música alguma vez na vida, muitas vezes me disseram para praticar lentamente.
Mas eu ouvi com atenção o conselho dos meus professores? Não. Afinal, qual é o objetivo de tocar lentamente? Tudo é mais fácil quando é mais lento – é claro que você consegue tocar coisas de forma mais precisa em um andamento lento. Qual seria o grande negócio?
Mas então por que tantas pessoas idolatram a prática lenta?
#7: A prática mental funciona?
É dito que os legendários pianistas Rubinstein e Horowitz não eram muito afeiçoados à prática. Rubinstein simplesmente não gostava de praticar por horas a fio, enquanto Horowitz supostamente temia que praticar em pianos diferentes do seu próprio afetaria negativamente seu toque. A solução deles? Uma dose saudável de prática mental.
#8: Quando erros são bons: uma estratégia estranha para consertar hábitos ruins
A abordagem tradicional é tentar ensinar nossos alunos (e nós mesmos) como fazer as coisas da forma correta. Manter o reforço dos movimentos técnicos corretos e esperar que eventualmente as coisas boas permaneçam. Mas mudar hábitos ruins parece levar uma eternidade e eles têm uma tendência de se esconder e ficar dormentes até o pior momento possível – como no meio de uma performance. Pesquisas recentes sugerem que pode haver um jeito melhor. Uma maneira mais eficaz e rápida de corrigir permanentemente questões técnicas, reduzindo nosso tempo de aprendizado e melhorando a eficácia do nosso ensino. É, eu sei. Isso tudo soa muito bom pra ser verdade. Mas vamos dar uma olhada.
Deixe um comentário